Diz a lenda... Que Eros(Deus do Amor) viveu um grande amor com Psique, uma mulher mortal por quem se apaixonara. E por isso a levou para seu maravilhoso palácio onde todos os desejos dela eram atendidos. Enfim, Eros fazia o possível e o impossível para agradar a sua amada. Mas, em meio a essa felicidade, só havia uma restrição: desde o início do romance, Eros havia pedido à Psique que nunca tentasse olhar o seu o rosto. E era plausível a razão desse pedido; era apenas para protegê-la, pois era senso comum que, se um mortal mirasse a face de um Deus, certamente morreria.
Eros chegava toda noite e os dois se entregavam à volúpia do amor, perdidos na mais completa escuridão do quarto. E Psique era a mulher mais feliz que se conhecia.
Mas essa felicidade durou até o dia em que suas irmãs foram visitá-la.
Pois elas logo trataram de falar para Psique que essa restrição era muito esquisita. Embora fosse ótimo para Psique todo aquele esplendor e riqueza que ela desfrutava; e quanto ao seu amado? Talvez ele fosse um monstro, quem sabe algum tipo de deformado ou feio de fazer dó! Entretanto, se Psique realmente soubesse o que era bom para ela, teria posto um ponto final nessa conversa, no instante em que começou.
Mas Psique não estava segura do que era bom para sua vida e, naquela noite, enquanto Eros dormia o sono exausto dos amantes, foi de mansinho até o amado e puxou o lençol que cobria o seu rosto. E lá estava ele, o Deus do Amor em toda a sua glória e beleza deslumbrante. Psique ficou tão nervosa que desequilibrou a lamparina que carregava nas mãos e deixou cair uma gota de óleo quente sobre Eros. Ele despertou e olhou com tristeza para ela; pois percebeu que a sua amada não confiava o bastante nele, depois ele se arrumou e foi embora.
Foi exatamente nesse momento que Psique se deu conta de que realmene amava Eros, que o amaria, mesmo que ele fosse mais feio e idiota entre os homens, e que esse sentimento era maior dádiva que ja havia recebido. Assim, desesperada pela partida do amado, Psique procurou a sua mãe Afrodite, incumbindo-a de tarefas a serem feitas antes que Eros retornasse e que eram quase impossíveis de serem cumpridas.
De fato, a pobre Psique padeceu duras penas pelo seu amado. Ela havia encontrado o grande amor de sua vida e o perdera por causa dos seus próprios medos e por sua insegurança, além de ter de passar depois por todo tipo de humilhações e provações para tê-lo de volta. E, quando ele finalmente retornou, ela não era mais a mesma mulher de antes: fortaleceu-se e adquiriu muito mais sabedoria. Portanto, já estava pronta para acolher o seu amor, sem questioná-lo exageradamente.